O Cérebro Adolescente

A adolescência é a fase da vida marcada pelas mudanças, onde tudo é novo e diferente. São tantas coisas ocorrendo ao mesmo tempo que é difícil lidar com elas. Tão difícil quanto é entender a cabeça de um adolescente. Mas calma, para tudo tem uma explicação.

O comportamento adolescente não é o efeito dos hormônios ou de uma crise de personalidade. Na verdade, é resultado das intensas transformações cerebrais. Dos 12 aos 24 anos, o cérebro passa por uma reorganização, como se fosse uma faxina pesada. É o período de maturação cerebral, porque o córtex pré-frontal, a região do cérebro que faz a pessoa parar e pensar antes de agir, ainda está em formação.

Isso explica a tendência a atitudes impulsivas e rebeldes e porque os adolescentes agem mais pela emoção do que pela razão. Mas para entender o cérebro adolescente é preciso entender o cérebro em primeiro lugar.

O funcionamento do cérebro é sensorial. Isso significa ser o responsável por receber as informações externas e internas do corpo, processá-las e respondê-las. “Tudo que nós vamos aprendendo são informações que precisam ser armazenadas e integradas dentro de um contexto maior para que possam ser utilizadas no dia a dia”, afirma o professor e neurocientista Alexandre Rezende.

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Como sou composto?

Os neurônios e as células gliais constituem o sistema nervoso. Enquanto as células gliais são o suporte, ou seja, dão sustentação para que o neurônio possa funcionar, os neurônios são altamente especializados em processar informações e, na prática, assemelham-se a um fio condutor de eletricidade.

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Como funciono?

O cérebro é como um conjunto de redes trabalhando para desempenhar inúmeras funções, ou seja, um conjunto de conexões, todas ocorrendo ao mesmo tempo. O neurônio é capaz de gerar eletricidade no cérebro e, através das conexões com outros neurônios, conduzir as informações que recebemos. A comunicação entre eles é chamada de sinapse. “Quanto mais sinapses temos, mais comunicação nós temos no cérebro”, acrescenta Rezende.

A sinapse é exatamente o ponto de contato entre os neurônios, que libera uma substância química chamada neurotransmissor, mediadores químicos responsáveis por mediar a resposta dos neurônios, e desencadeia o potencial de ação, uma atividade elétrica que irá transmitir as informações para diferentes regiões do corpo. Imagine um fio elétrico, que conduz uma corrente elétrica por meio dele: é assim que o potencial de ação é conduzido pelo axônio.

Parece loucura, mas pensar positivamente ou negativamente está diretamente relacionado com a sinapse. “Pensar positivamente fortalece as ligações positivas entre os neurônios. Quanto mais eu penso positivo, mais eu fortaleço essas ligações. Da mesma forma, quanto mais negativo eu pensar, mais eu fortaleço as ligações negativas”, explica Rezende.

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O cérebro tem a função de armazenar as memórias e cada memória gerada é um circuito diferente. Mas como o cérebro aprende? “O cérebro aprende mediante às experiências que se tem”, afirma o neurocientista Li Li Min. Isso significa que a fixação e a consolidação das memórias dependem do contexto.

Por mais que o cérebro seja anatomicamente igual em todas as pessoas, os processos de aprendizagem, de adquirir informações, não ocorrem da mesma forma. O órgão é uma estrutura que vai se moldando conforme os estímulos e as vivências adquiridas ao longo do tempo. “O padrão de organização cerebral é muito semelhante, mas o funcionamento das pequenas diferenças não é igual, existe uma série de combinações a ponto de todos sermos diferentes”, ressalta Li Li Min.



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